6 de abr. de 2017

O dia que bati minha cabeça no portão da garagem

Sabe essa coisa de andar por aí mexendo no celular?

Ontem eu fui uma vítima.

Tirei fotos do cachorro da minha vó e estava olhando se alguma tinha ficado boa, ao mesmo tempo em que me dirigia até a churrasqueira na garagem. 

Quando menos esperava, ouço um alto POUM, sinto uma dor latejante no alto da cabeça, caio no chão e sou imediatamente lambida pelos cães, que aproveitam que estou na altura deles. Tudo isso aconteceu em questão de segundos e levou um tempo até eu me dar conta que...

BATI A CABEÇA NO PORTÃO DA GARAGEM PORQUE ESTAVA MEXENDO NO TELEFONE. 

Na hora eu fiquei apavorada e deixei escapar uma lágrima de dor – sou canceriana dramática. Pensei que estava sangrando e tal. Passado o susto, vi que estava tudo bem. Menos mal.

Mas obviamente fiquei um tempão refletindo sobre isso, sobre como o celular rouba nossa atenção de tudo que está ao nosso redor – mesmo quando a gente não está caminhando por aí. Essa coisa de olhar e-mails e notificações o tempo todo, mesmo quando não tem nada. Essa coisa de mexer no celular à procura de alguma coisa. Qualquer coisa. Essa ansiedade de saber tudo que está acontecendo o tempo todo com todo mundo.

Levanta a mão se você olha o celular de manhã cedo, antes mesmo de sair da cama.

Eu faço isso.

Mas agora vou pensar bem se é isso mesmo que eu quero. 

O calo no topo da minha cabeça não me deixa esquecer.