27 de jan. de 2015

Aquela carinha piscando


Depois de muito tempo, criei coragem para mandar pra você aquilo que eu estava pensando sobre a gente. Mas resolvi mandar assim, como forma de brincadeira. Bem dizem que toda brincadeira tem um fundo de verdade, eu sei como é. Fica aquela coisa de “ela quis dizer o que eu acho que ela quis dizer?”, uma sensação boa, uma cosquinha com sabor de promessa. Então eu escrevi, li e reli 10 vezes. Apaguei, tornei a escrever de outra forma, apaguei mais uma vez e tornei a escrever a primeira opção. Li e reli umas 10 vezes. E enviei.

Você recebeu. Você visualizou. E você me respondeu com um “hahaha”.
Um hahaha.

Uma combinação de duas letras que pode se transformar em um verdadeiro balde de água fria, especialmente quando não era exatamente o esperado. Uma combinação de duas letras que pode significar que você me leu, me entendeu e não compartilha do mesmo sentimento, mas mandou uma resposta querida por simples cortesia. Uma combinação de duas letras que também, é claro, pode significar que você tem um pensamento um pouco atrasado (olha eu, sempre tentando defender você), sobretudo com relação a indiretas.

Peguei o hahaha pelo pescoço, considerando amarrar a boca, amaldiçoar, picar em pedacinhos e jogar para os cães. Mas engoli, como boa menina, como aprendi cedo a fazer. E mandei de resposta aquela carinha piscando.

Aquela que é um ; e um ), sabe? Assim: ;)

Aquela carinha piscando que traz em si um traço de ironia fina. Que representa milhares de palavras com apenas dois caracteres. Que automaticamente desconsidera tudo o que foi escrito na frase anterior a ela.

Não to braba não ;)

Ela arrasa sempre ;)

Beleza, vai lá com seus amigos ;)

A carinha piscando é a melhor substituta para comentários ácidos, para dar a uma pessoa a resposta que ela merece – ser perder um tiquinho da finesse. É o oposto do coraçãozinho, da carinha sorrindo abertamente, daquela que traz uma linguinha pra fora.

Aquela carinha piscando é a ovelha negra no mundo dos emojis politicamente corretos. É bipolar, subversiva, louca e potencialmente perigosa. É aquela que não deve ser nomeada, apenas invocada em casos de extrema necessidade.

Então eu mandei aquela carinha piscando, mas de verdade só queria mandar você tomar no cu.


8 de jan. de 2015

Hostel Suites Florida: opção barata e bacana em Buenos Aires

Onde ficar em Buenos Aires? Ou melhor, onde ficar em Buenos Aires sem gastar todas as suas economias, mas com um tanto de conforto + a possibilidade de conhecer gente do mundo inteiro? Minha sugestão: o hostel Suites, onde me hospedei recentemente.

Na viagem que fiz para a Argentina em julho de 2013, fiquei no hotel D’Artist, no bairro Centro. O quarto triplo era top: camas confortáveis, calefação, ar condicionado, televisão, frigobar, banheira, torneiras de água quente, aqueles shampoos em miniatura que todo mundo adora levar pra casa, etc. O café da manhã era de novela – com croissants e sucos mil -, o atendimento era impecável e o lugar era mega cheiroso (eu reparo nessas coisas). No entanto, gastei muitas Dilmas (ou Cristinas) nessa brincadeira. Se você está disposto a gastar um pouco mais, recomendo o lugar sem sombra de dúvida. Agora, se a ideia é gastar menos com hospedagem e mais com alfajores, tem um lugarzinho especial para você conhecer.

O pacote de viagem que fiz agora em dezembro/janeiro, contava com transporte e hospedagem em hostel. Como um nunca havia ficado em um, tinha uma imagem um tanto quanto deturpada desses locais – quartos abarrotados de pessoas do mal, meus pertences à mercê do entra e sai de gente, um único banheiro para 80 pessoas... Ok, pode até ser que alguns hostels sejam assim mesmo – e deles eu prefiro tomar distância, mas o Suites não tem nada disso.

Hostel Suites é uma rede que com conta com acomodações em diferentes lugares: HS Mendonza, HS Obelisco, HS Palermo e HS Florida. Fiquei nesse último e posso dizer que foi uma experiência e tanto. O prédio fica praticamente na esquina da avenida Corrientes com a famosa calle Florida – dois pontos movimentados e cheeeeios de comércio, perto de praticamente tudo!

São 10 andares e cada um deles tem um tema. Fiquei no 9º andar, que trazia a Mafalda ilustrando as paredes (tem como não amar?). Os outros andares traziam Maradona, Carlos Gardel e Che Guevara, por exemplo. O quarto em que fiquei tinha espaço para 6 pessoas – 3 beliches -, ar condicionado, 6 lockers (armários que você pode fechar com cadeado, que tem espaço para duas malas grandes!), várias tomadas e banheiro privativo. Isso mesmo, um hostel que tem um banheiro por quarto. Achou pouco? Pois a diária ainda trazia um café da manhã bem gostoso, com pães quentinhos, dulce de leche, suco, cereais, iogurte e tudo o mais.

Além disso, toda tarde há uma lista na recepção, e se você chegar a tempo pode colocar seu nome e faturar uma jantinha grátis! Em um dos dias eu peguei o “ticket janta” e comi um pratinho de macarrão com molho bem honesto, hein? Nas paredes da recepção há um calendário semanal com diferentes passeios e programações, de visitas à Tigre até pub crawl por Palermo, para todos os gostos. Também há uma cozinha comunitária, wi-fi em todos os quartos e computadores disponíveis para o uso do pessoal. É tanta coisa legal – e olha que eu nem estou sendo paga pra fazer essa propaganda toda haha.

Como nem tudo são flores, tem uma coisinha que devo alertar vocês: os elevadores às vezes não funcionam. Não foi nem uma nem duas vezes que tive que subir de escadas até o nono andar... E fiquei PRESA no elevador duas vezes, uma por excesso de pessoas dentro :( e outra porque faltou luz. O fato é que são dois elevadores para um prédio de 10 andares. Dá para imaginar a quantidade de viagens que eles fazem durante o dia. Enfim. 

O clima por lá é pura descontração e agito, por isso acredito que ele é mais recomendado para quem está viajando sozinho ou com amigos - mas não acho que uma família inteira não poderia aproveitar também, hein?

Com as amigas do Rio Grande do Sul e novos amigos de São Paulo, na recepção do Hostel Suites Florida


Adorei ficar em um hostel. A possibilidade de conhecer pessoas novas é muito, muito grande. Nos 6 dias que estive em Buenos Aires, tive a felicidade de fazer amizade com gente muito bacana de São Paulo, do Espírito Santo e da própria Argentina. A quantidade de brasileiros que havia por lá era bem grande, o que tornava as coisas muito mais divertidas. Em questão de poucas horas, já éramos melhores amigos uns dos outros – estar longe do país faz isso.

VÁ SE: você quer gastar pouco, se divertir muito e não se importa com privacidade (dividir um quarto com mais 5 pessoas pode não ser fácil para alguns).

NÃO VÁ SE: você gosta de silêncio, quer um lugar muito confortável e com serviço de quarto.

Well, depois me conta como foi! E se você tem alguma história ou dica de hostel pra contar, deixa aqui nos comentários!

Hostel Suites Florida:
Localização: nota 10
Custo-benefício: nota 10
Atendimento: nota 9
Acomodação: nota 9
Voltaria lá? SIM!

6 de jan. de 2015

Réveillon em Buenos Aires

Entre casas a dezenas de quarteirões do mar e acampamentos debaixo de chuva, nos últimos anos eu tenho comemorado o réveillon na praia, seja no Rio Grande do Sul ou em Santa Catarina. Sempre vou com grupos grandes de amigos e aproveitamos alguns dias de sol, bebedeiras, jogos de carta, curtição, bebedeiras, churrasquinhos, músicas grudentas e bebedeiras. No entanto, em 2014 o final do ano começou a chegar e parecia que as coisas não iam se acertar: vários amigos não iriam ter férias, outros estavam de viagem marcada com os pais e outros, ainda, resolveram que seria uma ótima ideia alugar uma Kombi e ir conferir a virada em Copacabana. Eis que nos últimos minutos do segundo tempo surgiu uma oportunidade incrível, eu pulei de cabeça e as coisas acabaram dando mais do que certo: aproveitei os últimos dias do ano em Buenos Aires, e aqui nesse post eu vou dar as dicas pra quem pretende fazer isso alguma vez na vida (eu recomendo!).

Primeiro: como ir pra Buenos? Por se tratar de um país relativamente perto, vale tudo. Eu, por exemplo, fui em uma excursão com mais umas 30 pessoas, e fomos de ônibus. Como moro no Rio Grande do Sul, a viagem - entre paradas para xixi, refeições e aduana - levou 24 horas. Pode parecer cansativo (e até de fato ser um pouco cansativo), mas ônibus de turismo são confortáveis e acabam sendo uma ótima maneira de você aproveitar o percurso para já ir conhecendo gente nova, fazendo amigos, cantando músicas bregas, conferindo paisagens diferentes, etc. De avião é beeem mais rápido, obviamente. É possível comprar as passagens por você mesmo, aproveitando promoções, ou até contatar uma empresa para levar o pacote completo, assim como eu fiz (viajei com a Voando as Tranças, empresa nova e linda da Adri e da Pri).

Nos próximos posts eu vou falar sobre viajar de ônibus, o verão de Buenos Aires, dicas de onde ficar e que passeios baratex fazer, certo? Foco no Ano Novo, por ora.

Se você pretende viajar a Buenos Aires esperando fogos maravilhosos como os do Rio de Janeiro, não precisa sair do Brasil, viu? Depois da meia noite até há uma corzinha no céu, e é claro que emociona – você está fora do país, preparado para receber um ano novinho em folha, etc -, mas não é nada de muito espetacular. Estrelinhas, cascatas douradas e nada muito além disso. Pra mim já estava ótimo, já que eu choro em réveillon até se não tiver nada. A função acontece em Puerto Madero, que por si só já é um lugar LINDO.

É importante eu mencionar que você precisa ter um prévio planejamento sobre a noite de réveillon. Os lugares (de lojas ao McDonalds) começam a fechar por volta das 17h, e se você não comprou nada corre o risco de ficar sem comida/bebida. Eu, por exemplo, passei a tarde no Malba e, ao voltar pro hostel, só achei um quiosco aberto. Ou seja, minha ceia consistiu em: um sanduíche de jamon y queso, um alfajor e uma garrafinha de h20h (minha amiga jantou um pacote de Cheetos e uma Coca-cola). Vários restaurantes oferecem programações especiais para o dia 31, com janta, bebidas e festa depois da meia noite. Também rolam diversas baladas, que começam por volta da 1 da manhã. Vai do seu bolso e do seu gosto. Vou contar como foi a minha festa.



Depois da ~ceia~, dei uma telefonada para papis & mamis e depois me reuni com o pessoal da excursão – e mais uma galera brasileira – lá na frente do hostel. Os meninos haviam levado instrumentos, então rolou samba, pagode e muita diversão por ali mesmo, enquanto todo mundo tomava vodca com Gatorade e tragos afins (acho que a ideia era se enlouquecer). Quando deu 23 horas, começamos a cantar ADEUS ANO VELHO, FELIZ ANO NOVO e estourar os primeiros espumantes, já que já era 2015 no Brasil - em função do horário de verão, Buenos Aires fica uma hora atrasada. Como nosso hostel ficava na esquina da Corrientes com a Florida, perto de TUDO, fomos andando até Puerto Madero.

Aqui vale um parênteses:

(Se a sua hospedagem não for bem localizada, provavelmente você precisará pegar um táxi. Tome cuidado! Os taxistas podem querem cobrar um valor fechado, muito acima daquele que marcaria o taxímetro. Algumas pessoas me contaram que um taxista quis cobrar MIL PESOS por uma corrida que normalmente daria 80. Fora que não é fácil encontrar taxis pela rua na madrugada do dia 31. Por isso, prefira ir andando (se estiver com mais pessoas) ou combine previamente com algum taxista – vale perguntar no hotel/hostel se há alguma indicação de pessoa de confiança.)

Logo começaram os fogos e como a galera já estava um pouco alta, foi pura emoção. Gente chorando (e não era só eu), muitos abraços, desejos de felicidades, amor, sucesso, ousadia e alegria, gente caindo, gente querendo pular a ponte, gente fazendo simpatias, amores e amizades. Ficamos próximos de um desses restaurantes que tinham uma dessas festas fechadas, então dançamos, cantamos e piramos ao som das músicas que tocavam por lá mesmo. 

Notei que haviam muitos, muitos, muitos brasileiros por lá, e que eram esses que usavam branco, conforme a tradição. Os portenhos não ligam muito para isso – e inclusive aproveitam para fugir de Buenos nessa época. Tolinhos.

Depois disso a minha memória começa a falhar um pouco, talvez por causa de toda a emoção da noite (outro nome para bebedeira loka), mas lembro que eu fiquei celebrando que só havia gasto 27 pesos (o valor da minha garrafa de espumante) no melhor réveillon da vida, enquanto as pessoas da tal da festa fechada deveriam ter desembolsado pelo menos 500 vezes mais que isso. Antes de começar a perder a dignidade, voltamos para o hostel e comemos dulce de leche, bem felizes. Não fui para nenhuma balada, já que eu não tinha grana para nada, mas posso dizer que foi uma das viradas de ano mais incríveis que já vivi em todos esses meus 25 anos.  

O ensinamento que tive: sua festa não precisa contar com uma mega produção. Desde que você esteja acompanhado por pessoas do bem, dispostas a aproveitar a vida do jeito que ela deve ser aproveitada, a festa está feita! Sem balada, sem jantares elaborados, sem dinheiro gasto a toa. O que rolou foi felicidade pura, daquelas que ouro nenhum paga. Tenha disposição, coloque um sapato confortável e aproveite a vida!

Resumão:
- os fogos de artifício rolam em Puerto Madero;
- as lojas começam a fechar por volta das 17h;
- táxis na noite do dia 31 são uma cilada;
- você pode até ir para algum lugar badalado, mas a melhor festa é você que faz.


Um beijo e até os próximos posts! 

4 de jan. de 2015

Vamos que vamos, 2015!

Já faz tempo que estou devendo posts aqui para o Blogando. No entanto, 2014, embora não tenha sido o ano das maiores mudanças, trouxe uma carga absurda de afazeres – trabalhos de pós-graduação, grandes demandas na agência, pessoas próximas doentes, inúmeros freelas e uma vida social bem agitada. Obviamente sou muito grata pelas coisas que aconteceram, pelas pessoas que conheci, todos os aprendizados e metas atingidas, todo o tempo que passei com minha família maravilhosa, todos os trabalhos realizados com perfeição, mas tudo isso me levou a ter menos e menos tempo online – ou seja, menos e menos tempo sobrando para colocar um post aqui. Mas como estou confiante com relação a 2015 – e o meu dia tem a mesma quantidade de horas que o dia da Beyonce – tenho certeza que as minhas aparições por aqui serão mais seguidas, para a nossa alegria.

Estou bastante ousada em relação às metas de 2015. Resolvi colocar tudo no papel e fazer acontecer, ao invés de ir deixando a vida me levar. Talvez porque nesse ano eu completo 26 anos e o pavor dos 30 anos cada vez se solidifica mais. De qualquer forma, já tenho nutricionista marcado, academia em vista, matrícula em idiomas realizada, ingresso para show internacional comprado, viagens bacanas para acontecer, uma pilha de livros para ler e, vejam bem, entre tantas coisas que pretendo fazer, estou aqui escrevendo um post pro blog. Se isso não é um indício da mudança acontecendo, não sei o que é.

Trabalhar muito, estudar muito, aproveitar muito, realizar muito. Que os próximos dias e meses sigam nessa mesma vibração. A vida é AGORA, eu quero pular de cabeça e fazer de 2015 o meu ano!


Vamos nessa?