29 de ago. de 2013

eu curti um cemitério: o da recoleta, em Buenos Aires!


Quando as pessoas me perguntam sobre minha viagem para a Argentina, ficam surpresas quando eu digo que o lugar que eu mais gostei de conhecer foi o Cemitério da Recoleta. Sim, um cemitério – apesar de eu ter conhecido lugares absolutamente fantásticos, que me fizeram desejar a capacidade de poder fotografar coisas com meus olhos. Mas é, curti um lugar que logo nos remete a filmes de terror, lágrimas, góticos e flores de plástico. Pois posso dizer que lá é bem diferente. Quase não tinha flores de plástico – auheuaheuae. Ok, tinha mil outras diferenças dos cemitérios que temos por aí, não se preocupem.

Na verdade, o da Recoleta é uma verdadeira necrópole – são uns quatro quarteirões de túmulos e estátuas e afins, formando um verdadeiro labirinto! O cemitério é mega antigo, e é lá que estão rycos and famosos portenhos. Políticos, professores, militares, ganhadores de prêmio Nobel... E, claro, possivelmente o mausoléu mais fotografado do lugar: o da Evita Perón.



Tá, primeiro, como chegar. Como eu estava hospedada no centro, fui de metrô. Desci looonge do cemitério, pois queria passar na livraria El Atheneu antes. Depois de uma pernadinha, chegamos. O cemitério fica ao lado de um supershopping, o Recoleta Mall. Vale passear lá também! Dá pra ir de táxi também. Mas dependendo de onde você estiver, é possível ir a pé, curtindo as lojinhas e coisas que tem por lá, já que o cemitério fica numa área bem legal.

Agora, vamos nos embrenhar nesse fabuloso ponto turístico! Falando em embrenhar, o mais curioso do lugar é que os caixões não são enterrados – eles ficam nuns tipo mausoléus, em prateleiras. É possível espiar para dentro e ver pilhas e pilhas de caixões, que vão até não sei aonde, pra baixo do solo. Alguns têm, inclusive, escadas que descem para sei lá qual lugar. Aliás, vários túmulos têm coisas dentro – além dos caixões: flores, cartas, fotografias. Alguns têm cadeiras, o que é bem diferente – e faz pensar em muitas coisas: pessoas, espíritos, saudades, lembranças. Um deles tinha uma estátua dentro, e meu coração parou por um segundo quando eu vi a forma de uma pessoa de pé pela minha visão periférica. Na hora senti formigamentos de medo pelo corpo, mas depois passou e nós demos risada. Ufa.

Outra coisa bem legal de lá são os gatos. Nhoiiiiii! Tem muitos morando por lá, alguns inclusive usam roupas. Bem carinhosos e carentes. Desejei ter um Wiskhas Sachê na bolsa, mas não é o tipo de coisa que eu costumo carregar.




Além da fome dos gatos, a parte meio triste é que tem vários espaços que estão abandonados ou depredados. Eu poderia jurar que alguns túmulos são moradia de mendigos nas noites geladas de Buenos Aires. Tem vários mendigos por lá. :(

Bem, aqui vão algumas dicas pra quem quiser visitar o Cemitério da Recoleta:

1 – cuidado para não cair em golpes logo na entrada. Para entrar no lugar é gratuito, mas tem bastante gente querendo enrolar turistas, pedindo dinheiro (ou contribuições espontâneas...) para a cruz vermelha, jovens com problemas com drogas e afins. Obviamente caí na lábia de um desses caras. Audácia 1: ele disse que aceitava reais. Audácia 2: ele disse que 5 reais era muito pouco, e eu tive que dar mais uma grana pra ele ficar satisfeito. Dei 7 e falei pra ele que tava de bom tamanho. Ele ainda assim ficou com uma cara de “brasileira pão dura, te odeio com todas as minhas forças”. Nem liguei.

2 – arranje um mapa do lugar. Se for o caso, imprima um da web antes de ir. É bacana para você localizar os túmulos mais tops. Mas é claro que vale a pena se perder lá no meio. É legal, assustador e curioso ao mesmo tempo.

3 – antes de ir, leia as histórias que existem por trás dos túmulos. Coisas acerca do passado das pessoas que estão enterradas... Tem algumas histórias muito legais - tipo lendas urbanas mesmo. Querem uma? A estória (sim, estória) desse túmulo/estátua da foto abaixo é sensacional - e um tanto quanto sinistra. Em 1970, Liliana morreu numa avalanche durante sua lua de mel na Áustria. No mesmo dia, separado por mais de 14 mil quilômetros de distância, seu cachorro Sabú também faleceu. Seu pai fez um mausoléu que imita o quarto que Liliana tinha em vida. A escultura é a única do cemitério acompanhada por um cachorro. Deu pra entrar no clima do lugar? Imagino que sim. :)



Se eu me lembrar de mais coisas legais sobre o Cemitério da Recoleta, eu volto aqui para contar. E se vocês tiverem alguma dúvida, podem perguntar nos comentários. Besos! 

2 comentários:

  1. Agora fiquei com vontade de ir lá!
    Se for, levo o Wyskas por nós duas!
    Adoro gatos!

    E nada como ter um momento "Don't cry for me Argentina", lá no túmulo da Evita!

    Um beijo,

    http://algumasobservacoes.blogspot.com.br/
    http://escritoshumanos.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  2. fiquei com vontade de conhecer, muitíssimo curioso.
    bj

    ResponderExcluir

Adoro comentários! Vamos conversar?