26 de out. de 2011

20 dias 20 posts - 8: terça estranha


Alguns dias simplesmente não ocorrem como a gente esperava. Ou até ocorrem bem, de maneira geral, mas são pontuados por eventos diferenciados. Sendo bons ou ruins, de alguma forma eles são importantes, pois mudam a nossa rotina, o jeito como a gente encara cada dia.

Se essa terça-feira tivesse sido uma terça-feira normal, teria seguido o padrão de sempre: acordar, ir pra academia, ir pro trabalho, almoçar no Snack com os guris, voltar pra agência, trabalhar, voltar pra casa, ir pra academia, tomar banho, ver Walking Dead, ler e dormir. Mas não foi bem assim.

Verificando meus e-mails no horário do meio dia, lembrei que havia me inscrito para um evento sobre mídia e infância, que ocorreria na universidade onde eu estudo. O dia estava bonito, liguei pra casa e avisei minha mãe que não voltaria no horário de costume. Ok.

Trabalhei, trabalhei, trabalhei. Por volta das 6 horas as coisas começaram a acontecer. A agência ficou sem internet, então todo mundo ficou meio que sem ter nada pra fazer. Alguns ficaram fazendo reunião, outros ficaram falando sobre coisas importantes, tipo decoração de casamentos, e outros ficaram tomando café, comendo bolacha de gergelim e falando sobre o segundo episódio de algum seriado de zumbis aí. Então eu tinha que ir pra faculdade, e nessa hora começou a chover.

Eu tinha uma sombrinha. TINHA, porque na hora que fui abrir ela, descobri que estava completamente quebrada. Então pensei “foda-se” e guardei. Daí tive a sorte de que a chuva parou. Ok, continuei andando até o meu destino, o PARADÃO (uma espécie de rodoviária de Novo Hamburgo), cada vez mais rápido, à medida em que o céu ficava cada vez mais preto. Quando cheguei no lugar para pegar o ônibus, o mundo caiu. CAIU. Mas tudo bem, eu estava protegida. Choveu pedra, até.

Então a chuva continuou, e começou a meio que formar uma espécie de rio ali perto. E então um ônibus passou bem por ali e encharcou a galera – mas não eu, pois perspicazmente vi que isso ia acontecer e me afastei para trás. Quando estava pensando comigo mesma “sou esperta, ohyeah”, um carro passou pelo OUTRO LADO e me molhou. O que aprendi com isso: não tente duelar com o universo, ele vai ganhar de você.

Meu ônibus chegou, entrei e me deparei com as janelas fechadas. Todas as janelas fechadas. Claro, estava chovendo. Mas ainda assim. Sentei na ponta do banco, com a calça molhada, e fiquei me concentrando para não passar mal e torcendo para que eu chegasse na faculdade LOGO.

Chegando lá, tudo deu incrivelmente certo. Mais certo do que eu estava esperando, até, porque uma vez que se abrem as porteiras do desastre, tudo pode acontecer. Mas não. Quer dizer, tirando a parte de ter chovido DENTRO do auditório onde ocorreria o evento, tudo foi bem bacana. Encontrei lá uma amiga com quem não conversava há tempos e lembramos de algumas coisas, nos atualizamos de outras, etc etc. (Jamile, tu ainda vai ter um post pra ti). O evento foi bacana, falo sobre ele em outro post.

DAÍ, na hora de ir embora, o namorado dessa amiga – que é meu amigo de infância e mora pertinho da minha casa – me deu carona. E então eu estava indo de volta pra casa, protegida da chuva, pensando que no final das contas as coisas tinham dado certo sim, que talvez eu tivesse levado a melhor sobre o universo e suas aprontações. Sim, era uma vencedora.

Então chegamos na frente da minha casa, fui descer da caminhonete, raspei com o pé em alguma coisa que estava por ali (era escuro, nem vi o que era) e cortei ele. Um corte de respeito, que logo começou a sangrar. Olha só:

A foto tá uma merda, toda tremida, mas dá pra ver minha sapatilha molhada e meu dodói.

O que aprendi com isso: não cante vitória antes do tempo. As coisas só terminam como acabam, né. Ou acabam quando terminam, sei lá. Enfim.

Então, crianças. A lição desse post poderia ser algo meio místico, tipo: o dia pode ser diferente e peculiar, pode sim, mas se é pra você se dar mal, você vai se dar mal - mesmo pensando que se deu bem. Mas não. Termina apenas com um “PORRA, MAS EU SÓ ME FERRO” para a reflexão de todos. Bom dia.

Um comentário:

  1. Ai Nicole eu ja me cortei nesse negocio que fica em baixo do banco... uma vez tava indo pra uma festa e rasguei minha meia calça... mas nada pode ser pior que cair na feevale, ainda mais na rua coberta.

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